Tudo era pra ser uma grande
festa, afinal são 106 anos de fundação
de uma cidade construída em um solo fértil pela bravura de retirantes cearenses
que encontraram na densa floresta do então planalto santareno um refúgio e um
espaço de reerguimento com sombra e água fresca como diz o ditado.
Festa, pois esse povo
mostrou nas diferenças a força em busca de um objetivo comum: a
emancipação. Conquista que foi fruto de
lutas, reuniões, noites sem sono, mobilizações e doações daqueles que
acreditaram em um sonho parecia não se tornar realidade a vista de muitos
políticos contrários na época.
Quando destaco a importância
de comemoração da data provável da chegada das primeiras famílias a esta
localidade (05 de dezembro de 1910) compreendo que é preciso dar atenção para a
história a fim de termos com representar nossa cidade. E as vezes achamos que
essa seja responsabilidade da Gestão Municipal ou dos legisladores atuais que não se incomodam com a valorização
histórica e cultural do município. Mas nós que tanto nos preocupamos com os
rumos do município o que já fizemos ou fazemos para que este resgate seja
feito? E nas escolas é dado o devido valor ao assunto?
Que a data (05 de dezembro)
não seja apenas um feriado, mais um dia de programação cultural de socialização
nas escolas e no demais ambientes públicos para que a identidade nordestina da
população, que tanto quer a Festa da Integração seja resgatada, que tanto
enaltece a Caminhada de Fé com Maria reconheça que outras denominações
religiosas com seus eventos engrandecem a religiosidade local.
Que a história local seja
contada não por aqueles que pesquisam ou que nos visitam, mas pelas pessoas que
viveram e convivem com a realidade.
De 1910 com a vinda de 50
famílias aos dias de hoje o local se desenvolveu tanto que chegou a ser vila,
sede de um distrito e atualmente um município em potencial para crescer.
Quando falo das diferenças
unidas em objetivo comum ressalto o que se observou durante o processo de luta
pela emancipação da região e tudo começou pelas lideranças da então Vila, que
viam e acreditavam na emancipação sua independência e com isso obras de
melhorias na saúde, na educação e que a bravura de seu povo que o construiu possa
se contada e para isso é necessário que alguém faça.
Que da mesma forma que no
passado as diferenças se uniram para construir a história, que as de hoje
possam se unir para registrar essa história e que esse grande legado seja
desvendado. Afinal valeu a bravura dos retirantes cearenses que encontraram
neste lugar um local para recomeçar e realizar seus sonhos. Para muitos Mojuí
dos Campos foi a terra prometida conquistada.
Por Eduardo Enrique, Repórter e Editor do Blog
Nenhum comentário:
Postar um comentário